Tesouras Notícias
quarta-feira, fevereiro 20, 2019
Membro
da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, o deputado estadual
Eduardo Salles conseguiu aprovar, na última terça-feira (19), durante a
primeira reunião do colegiado, a realização de audiência pública para debater o
fim do subsídio na energia elétrica para produtores rurais irrigantes. A data
do evento ainda será definida. O parlamentar é engenheiro
agrônomo com mestrado em irrigação e foi secretário estadual de Agricultura e
critica o Decreto assinado no final de 2018 pelo ex-presidente da República,
Michel Temer. “Não podemos aceitar que o
lobby do setor elétrico cause prejuízos incalculáveis à agropecuária, um dos
poucos setores da economia nacional que tem gerado emprego e divisas ao país
neste período de crise”, reclamou Eduardo Salles.
O subsídio permitia que os
agricultores irrigantes tivessem desconto entre 10% e 30% nas contas de energia
elétrica. Conforme o Decreto assinado por Michel Temer, o subsídio será
reduzido 20% anualmente, até ser extinto em cinco anos. O Decreto vai onerar as contas
de energia elétrica de empresas de água e esgoto, agricultores irrigantes,
cooperativas rurais e clientes rurais.
Em visita no último sábado (16)
à Usina Japungu, na Paraíba, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também
fez coro contra o fim do subsídio. “Tanto os pequenos quanto os grandes
produtores reclamaram dos custos da energia. O Decreto vai contra tudo o que
estamos discutindo com o setor produtivo”, disse.
O deputado estadual reclama que
cortar o subsídio de energia elétrica aos agricultores irrigantes vai onerar os
custos da produção agropecuária.
“É claro que o agricultor
gastará mais para produzir e isso vai ter um resultado direto no preço dos
produtos e o consumidor pagará mais caro”, compara o parlamentar.
Eduardo Salles cita ainda que,
em estudo encomendado pela Agência Reuters, a TR Soluções e a Consultoria
Safira Energia preveem que a retirada do subsídio para os agricultores
irrigantes vai gerar redução abaixo de 1% nas contas de energia dos
consumidores de baixa tensão.
“Ou seja, o corte dos subsídios
causa um prejuízo enorme ao setor produtivo e não gera redução significativa ao
consumidor comum, que ainda vai ter que pagar mais caro no mercado pelos
produtos agropecuários”, acrescenta Eduardo Salles.
“Queremos nesta audiência
pública chamar os agricultores irrigantes da Bahia e convocar o setor elétrico
para debater, apresentar a realidade baiana e mostrar o quanto esse Decreto
pode penalizar a economia baiana. Acredito que chamar a atenção é fundamental
para que possamos ser ouvidos e conseguirmos reverter o fim do subsídio”,
concluiu Eduardo Salles.
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