A Câmara dos Deputados
aprovou, nesta terça-feira (3), o projeto de lei que torna crime hediondo o
homicídio de crianças e adolescentes menores de 14 anos de idade.
Batizada
de Lei Henry Borel, a medida faz referência ao menino de 4 anos, morto após
espancamentos no apartamento em que vivia com a mãe e o padrasto, o ex-vereador
Dr. Jairinho, no Rio de Janeiro.
O
Projeto de Lei 1360/21, de autoria da deputada Alê Silva (Republicanos-MG), já
havia sido aprovado na Câmara, de acordo com o que divulgou o Portal Metrópoles,
parceiro do Bahia Notícias, mas passou por alterações no Senado, e precisou
voltar à Câmara. Agora, após novo aval dos deputados, a proposta será enviada à
sanção presidencial.
Ao
transformar o assassinato de crianças e adolescentes em crime hediondo, a
medida garante que não poderão ser aplicadas normas da lei dos juizados
especiais, como conversão da pena em cesta básica ou em multa. A pena para este
tipo de delito varia entre 12 e 30 anos de prisão.
O
projeto de lei também prevê o aumento da pena em dois terços caso o assassino
seja pai, mão, padrasto, madrasta, tio, irmão, companheiro, tutor, curador,
empregador ou qualquer pessoa que exerça autoridade sobre a vítima.
A
proposta determina que deve ser obrigação das testemunhas denunciar a violência
por meio do Disque 100, conselho tutelar ou autoridades policiais. Caso não o
faça, poderá ser condenada a pena de detenção de 6 meses a 3 anos.
Durante a
coletiva de imprensa em que foi anunciada a pré-candidatura de Cacá Leão ao
Senado em substituição ao vice-governador João Leão (PP), o ex-prefeito ACM
Neto ironizou os ataques que vem recebendo de petistas e bolsonaristas, segundo
as quais ele atuaria com estratégia de apoio velado a Lula ou de apoio velado a
Jair Bolsonaro, ou, como já declarou o governador Rui Costa (PT), que o acusa
de ter uma emissora de televisão que fala o nome dele “de manhã, de tarde ou de
noite”.
“Essa turma
está desesperada, não tem o que falar de mim”, disse Neto, ao referir aos
ataques que vem recebendo dos polos opositores à sua pré-candidatura. “Quando
fico ouvindo, lendo na imprensa, é tanta doidice. Mostra que essa turma está
perdida. Não vou fulanizar. A pré-campanha está construindo coisas boas. Você
pega de manhã um concede entrevista dizendo que estou a serviço do PT, o outro
diz que ‘ACM Neto tem que se assumir Bolsonaro’. Se definam. Eu acho que tenho
clareza no debate”, declarou o candidato.
Ao ser
questionado sobre a estratégia de palanque aberto, de não apoiar, até o
momento, nenhum dos pré-candidatos à presidência da República, Neto saiu com
outra tirada que chegou a arrancar risos dos políticos presentes: “quem
governou com Dilma, pelo amor de Deus, consegue governar com qualquer um”. O
prefeito rechaça o discurso que reforça a necessidade de padrinho ou de
alinhamento com o presidente eleito.
Vice
ACM Neto
também indicou não haver um prazo para a definição do vice, que o tema não está
na pauta e que também não deseja que haja especulações via opinião pública.
“Essa questão da vice, não temos prazo para definir, não temos data marcada
para resolver. Continuo conversando com os partidos. Tiramos esse assunto de
qualquer tipo de debate pela opinião pública, porque é um assunto muito
interno. Os partidos têm direito de pleitear e eu, por outro lado, tenho o
direito de avaliar os nomes que estão sendo apresentados. Todos com muita
qualidade”, pontuou o prefeito.
O ex-prefeito
afirmou que a decisão sobre a vice não será somente dele, mas compartilhada por
todos os partidos. “Será uma decisão compartilhada com os partidos, com as
lideranças políticas. Agora, inclusive, também ouvindo nosso pré-candidato ao
Senado [Cacá Leão]”, disse o pré-candidato do União Brasil ao governo.
Política Livre
Foto: BNews |
Líder da bancada de
oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual Sandro
Régis (UB), reafirmou em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia que a minoria
vai à Justiça, se preciso for, para garantir a instalação da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Respiradores na Casa.
"Já existe uma
prerrogativa do Senado Federal. O Senado entrou com mandado de segurança no STF
para CPI ser instalada. O presidente Adolfo Menezes como guardião da lei, eu
acho que ele não vai levar a Assembleia contra a sociedade. Mas, se caso for,
nós também entraremos, judicializaremos, com mandado de segurança, para abrir a
CPI”, disse.
Régis já havia dito, em
entrevista ao BNews, que iria
até as “vias de fato” se a Casa se furtar em instalar a CPI.
"Nós
iremos à Justiça e solicitaremos um mandado de segurança, como foi feito em
Brasília para que a CPI do Covid também fosse aberta", disse.
O deputado
descartou ainda que o pedido para abrir a comissão na Casa haja “caráter
político”. “Na questão da operação, é uma questão preocupante, que reforça
a necessidade dos esclarecimentos e da instalação da CPI. A nossa expectativa
com a CPI é que a CPI realmente seja instalada. Não tem nenhum caráter
político. A CPI é para que a gente possa produzir, investigar e produzir ali
respostas que tanto a sociedade baiana aguarda sobre os R$ 50 milhões, que
equivalem a trezentos respiradores”, afirmou à Tribuna.
Do BNews
O site do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passou por instabilidade momentânea nesta
segunda-feira (2). A lentidão ocorreu às vésperas do encerramento do prazo para
regularização, transferência e emissão do título de eleitor.
De acordo com
o TSE, o problema foi causado pelo alto número de acessos. Técnicos do tribunal
trabalham para restabelecer os sistemas.
Quem quiser
votar nas eleições 2022 tem até a próxima quarta-feira (4) para emitir ou
regularizar o título de eleitor. Esse é o prazo legal para que a Justiça
Eleitoral conclua o cadastro de todo o eleitorado apto a votar em outubro.
Todos os
procedimentos relativos ao título de eleitor, incluindo a emissão do documento
pela primeira vez, podem ser realizados inteiramente online, sem a necessidade
de sair de casa, por meio do Atendimento Online ao eleitor.
Agência Brasil
A fila de
perícias médicas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ultrapassou mais
de 1 milhão de agendamentos, segundo informações do Ministério do Trabalho e
Previdência. Ao todo, 1.008.112 segurados esperam para ser atendidos por um
médico.
O número de
perícias inclui todos os tipos de benefícios que necessitam de avaliação
pericial para serem concedidos. Na lista, estão auxílio-acidente, auxílio por
incapacidade temporária —antigo auxílio-doença—, e aposentadoria incapacidade
permanente —antiga aposentadoria por invalidez—, pagos a quem tem alguma
incapacidade para o trabalho.
Há ainda
outros benefícios, como BPC (Benefício de Prestação Continuada), aposentadoria
da pessoa com deficiência e aposentadoria especial, entre outros, que
necessitam da análise de um médico.
Há poucas
semanas, o número de cidadãos à espera de atendimento estava em torno de 780
mil, mas, com o início da greve dos peritos, que na sexta-feira (29) chegou a
31 dias, o quadro se agravou. Dados da ANMP (Associação Nacional dos Médicos
Peritos) mostram que houve ao menos 320 mil remarcações de exames periciais
desde o início da greve.
A espera para
conseguir um atendimento também é longa e está em cerca de 60 dias, segundo
informações do governo enviadas ao Congresso Nacional na edição da medida
provisória 1.113, que tenta implantar a perícia médica a distância em alguns
benefícios, com envio de atestado pela internet, como já ocorreu na pandemia de
Covid-19.
Francisco
Eduardo Cardoso Alves, vice-presidente da ANMP, afirma que a categoria tem
cumprido a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e mantém 70% dos
médicos peritos em atendimento nas agências, enquanto 30% estão parados. Hoje,
a Perícia Médica Federal tem cerca de 3.400 profissionais, mas com
afastamentos, aproximadamente 3.200 estão na ativa.
“Os peritos se
sentem indignados com a forma como o governo vem tratando a categoria. Temos
mais de 320 mil perícias remarcadas no período e, até agora, não se moveram
para negociar”, afirma.
Dentre as
reivindicações dos médicos estão reposição salarial de 19,9% —o governo oferece
reajuste de 5% a todos os servidores—, melhores condições de trabalho, com
todos os profissionais fazendo atendimentos presenciais e sem nenhum deles
“fora da agenda de atendimentos” e concurso público para regiões do país onde é
necessário mais profissionais.
FILA DO INSS
REFLETE GREVE, DEMANDA REPRESADA E FALTA DE SERVIDORES
O mais de 1 milhão de segurados na fila do INSS para a perícia médica reflete
um conjunto de fatores, segundo especialistas. Dentre eles estão a greve dos
peritos, a pandemia, que aumentou o número de cidadãos em busca de benefício
incapacitados em um período no qual as agências ficaram fechadas, e a falta de
servidores.
“Na verdade, é
esse conjunto de coisas. Nós tivemos o período de pandemia, que impediu as
perícias. Depois, tivemos o retorno de atendimentos, mas algumas agências
continuaram fechadas por um bom tempo, a falta de servidores e as greves”,
afirma Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário.
Roberto de
Carvalho Santos, presidente do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários),
diz que a falta de servidores afeta muito mais do que as greves —os
funcionários administrativos também estão parados. “O que a gente vê é a falta
de concurso para ter mais servidores. Por mais que se invista em inteligência
artificial, ela não resolve. Precisa da ação humana na questão da Previdência
Social, de servidores capacitados”, diz.
Santos e
Adriane lembram que a pandemia aumentou o número de segurados doentes, o que
também faz com que a demanda por benefícios por incapacidade, que necessitam da
perícia médica para serem liberados, aumentem.
SEGURADO QUE
NÃO FOR ATENDIDO NA PERÍCIA PRECISA DOCUMENTAR PRESENÇA
O segurado que tem uma perícia marcada não pode deixar de comparar à agência da
Previdência no dia e na hora agendados. Se não conseguir atendimento por causa
da greve, é preciso provar, de alguma forma, que esteve no local.
O ideal é
pedir a algum funcionário do INSS um documento registrando data e hora em que
esteve no posto do INSS, com assinatura e carimbo do órgão. Caso não seja
possível, a orientação de especialistas é fazer uma foto, que contenha data e
horário, e conversar com pessoas que também estavam lá, que possam servir de
testemunha, caso seja necessário.
Segundo Rômulo
Saraiva, advogado especializado em Previdência e colunista da Folha, é preciso
ter documentos que provem a ida à agência para garantir o pagamento dos
atrasados desde a data de entrada do requerimento.
“Os segurados podem
perder os atrasados. Não é raro nesse tipo de paralisação a decisão
administrativa ter como justificativa que o benefício for negado porque [o
segurado] não compareceu à perícia, mesmo estando de greve. A pessoa pode
perder todos os atrasados ou parte deles”, diz ele.
CONFIRA AS
PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES:
Vá até a agência, pois nem todos os servidores irão aderir e há chances de
atendimento, ainda que com atraso maior que o de costume
Se a agência estiver fechada, fotografe a informação que, provavelmente, estará
na porta, como prova de que você compareceu
Caso existam servidores, mas eles neguem atendimento, solicite uma certidão de
comparecimento e a remarcação do procedimento
Ligue no telefone 135 para pegar um número de protocolo do pedido de remarcação
GOVERNO QUER
IMPLANTAR PERÍCIA A DISTÂNCIA E PERITOS DISCORDAM
O governo federal tem tentado, desde o início da pandemia, a implantação da
perícia médica a distância de forma permanente, com análise de atestado enviado
pelo Meu INSS. Para alguns especialistas, a telemedicina veio para ficar, como
pontua Adriane Bramente.
No entanto, os
peritos acreditam que esse tipo de concessão está mais sujeita a fraudes,
porque não há como fazer uma análise exata da incapacidade do segurado como
ocorre em um exame presencial. “Não dá para fazer essa análise remota. Durante
os seis meses em que o INSS ficou fechado foi preciso, para não causar dano
irreparável maior”, afirma Francisco Cardoso Alves, da ANMP.
Para ele, a
telemedicina pode ser usada em outras situações, não para a concessão de
benefícios previdenciários por incapacidade. “Numa relação médico-paciente
normal existe uma vontade de ambas as partes, você pode contar com o paciente
em prol de um resultado. Na perícia, o cidadão tem interesse no benefício e o perito
está lá para avaliar se ele faz jus.”
Cristiane Gercina/Folhapress