Por 7 votos a 4, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (16) que a Lei da Ficha Limpa é constitucional e valerá a partir das eleições municipais deste ano.
Com isso, não disputarão eleições, por pelo menos oito anos, vários políticos
brasileiros que renunciaram ao cargo ou foram condenados por órgãos colegiados
da Justiça.
Veja dez pontos sobre a aplicação
da Lei da Ficha Limpa:
1 – Candidatos condenados em
segunda instância da Justiça por crimes eleitorais, hediondos, contra o meio
ambiente, corrupção, abuso de poder econômico, tráfico de drogas e racismo não
poderão concorrer a cargos públicos por oito anos, ainda que possam apelar da
decisão. Anteriormente, o tempo de inelegibilidade para pessoas nessa situação
variava de três a oito anos.
2 – Para ser aplicada a
inelegibilidade, é necessário que a infração cause cassação do registro ou do
diploma, em julgamento na Justiça Eleitoral.
3 – Condenados em órgão colegiado da Justiça por ato doloso de improbidade
administrativa, com lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito,
também ficam inelegíveis.
4 – Também ficam barrados magistrados e integrantes do Ministério Público que
deixem os cargos durante processo administrativos por infrações éticas.
5 – Essa inelegibilidade também vale para os demitidos do serviço público por
conta de processo administrativo e para os condenados por órgão profissional,
como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ou o Conselho Federal de Medicina
(CFM), com perda do direito de trabalhar na área por conta de infração ética ou
profissional.
6 – Políticos que renunciarem ao mandato antes de processos de cassação ficam
inelegíveis.
7 – Rejeição de contas por irregularidades também serão consideradas ato doloso
de improbidade administrativa. Por isso, a candidatura só será permitida se a
decisão do Tribunal de Contas for suspensa ou anulada pela Justiça.
8 – Pessoas físicas ou os dirigentes de pessoas jurídicas condenadas na Justiça
Eleitoral por doações ilegais também ficam inelegíveis.
9 – Fingir vínculo conjugal ou rompimento para driblar a inelegibilidade de
parentes causa inelegibilidade. Antes, já eram proibidas as candidaturas de
cônjuges a prefeito, governador e presidente.
10 – O candidato pode pedir efeito suspensivo se tiver uma decisão colegiada da
Justiça contra si. Se o recurso for negado, a candidatura será cancelada. Se
isso acontecer após as eleições, o diploma será cassado.
UOL