Começou nesta segunda-feira, em São Paulo, o julgamento de Elize Matsunaga

Foto: Reprodução
Começou nesta segunda-feira (28), em São Paulo, o julgamento de Elize Matsunaga. Ela matou o marido, Marcos, que era um dos donos da indústria de alimentos Yoki. O carro levando Elize Matsunaga chegou ao fórum pouco depois das nove da manhã. Quando os cinegrafistas puderam entrar na sala do júri, Elize já estava sentada ao lado dos advogados de defesa, à espera do início do julgamento. Elize está presa há quatro anos e meio e já confessou ter matado o então marido, o empresário Marcos Matsunaga, que era dono da empresa Yoki. Ela contou à polícia que descobriu a primeira traição do marido em 2010, um ano depois do casamento deles, e que só não pediu divórcio porque estava grávida. Elize disse que descobriu que Marcos tinha uma nova amante depois do nascimento da filha, em abril de 2011, e que contratou um detetive particular, que gravou imagens do casal. O crime foi no dia 19 de maio de 2012. Segundo Elize, Marcos desceu para buscar uma pizza. Quando voltou, o casal começou a discutir e ele deu um tapa no rosto dela. Ela contou que pegou uma arma e atirou na cabeça dele. Elize disse que esquartejou o marido com uma faca de cozinha, dentro do apartamento, e colocou as partes do corpo em três malas.
Na manhã seguinte, ela entrou no elevador de serviço carregando as malas. Foi para Cotia, na região metropolitana de São Paulo, onde jogou os sacos em lugares diferentes. Elize foi presa no dia 5 de junho de 2012. A acusação quer provar que Marcos Matsunaga ainda estava vivo quando Elize começou a esquartejá-lo. “Se ele não tivesse respirando, esse sangue não desceria para o pulmão, e isso foi a causa da asfixia. Então você junta o tiro com a ingestão do sangue que causou a asfixia. É essa a nossa sustentação de ordem rigorosamente técnica”, diz o promotor José Carlos Cosenzo. Elize é acusada de homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe - no caso, por vingança e interesse econômico -, meio cruel e de forma que impossibilitou a defesa da vítima. Ela tenta vai ser julgada pelos crimes de destruição e ocultação de cadáver. A defesa sustenta que Marcos já estava morto antes de Elize cortar o corpo e contesta as qualificadores. “As três qualificadoras que o promotor colocou são absolutamente incabíveis. Elas são manifestamente contrárias às provas que estão no processo. Colocar essas qualificadoras para ela é querer vingança pública absolutamente inadmissível nos dias de hoje”, afirma o advogado Luciano Santoro. No total, 17 testemunhas deverão ser ouvidas. Elize será julgada por quatro mulheres e três homens. Nesta segunda foram ouvidas as primeiras testemunhas de acusação da promotoria. O depoimento mais importante foi o da babá que cuidava da filha do casal nos dias de semana - de segunda a sexta-feira. Ela disse que no dia do crime, ao voltar de uma viagem, Elize Matsunaga comprou uma serra elétrica. Aa defesa disse que o equipamento foi comprado a pedido de Marcos para abrir caixas de vinho. Já a promotoria diz que esse fato comprova que Elize premeditou o crime e usou a serra para esquartejar o corpo do marido. Na terça-feira (29) deverão ser ouvidos os depoimentos considerados mais importantes: dos legistas que fizeram a autópsia no corpo do empresário. 

Do G1

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