Tesouras Notícias
terça-feira, março 29, 2016
Vislumbrando a possibilidade de
assumir o Palácio do Planalto, o PMDB sacramentou nesta terça-feira o fim da
aliança com a presidente Dilma Rousseff. O partido que estava há mais de uma
década na órbita do governo petista decidiu abandonar Dilma em seu mais crítico
momento político e agora tenta, nos bastidores, usar da crise como um trampolim
para chegar ao poder. A reunião do diretório nacional foi comandada pelo
senador Romero Jucá (RR) e se deu a toque de caixa: durou exatos quatro
minutos. Ao abrir a cerimônia, Jucá lembrou a convenção do último dia 12 de
março, quando o PMDB definiu que iria discutir o desembarque em até 30 dias, e
colocou em votação moção apresentada pelo diretório da Bahia, que pedia o
rompimento com o governo. A proposta foi aprovada aos gritos e aplausos:
"O PMDB se retira da base do governo da presidente Dilma Rousseff e
ninguém está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do partido
PMDB", anunciou o senador. Em seguida, peemedebistas gritaram "Fora,
PT" e cantaram o hino nacional. Entre os caciques do PMDB, a avaliação é a
de que, mesmo tendo se beneficiado no passado em momentos menos tortuosos do
governo Dilma Rousseff, "o político não pode afundar junto com o
governo". A debandada peemedebista, gestada há meses por um insatisfeito
Michel Temer, escancara a estratégia de tentar se descolar do processo de
impeachment, que avança a passos largos na Câmara dos Deputados, e garantir
sobrevida, ainda que momentânea, ao partido que gravita na órbita do PT desde a
ascensão de Lula ao Palácio do Planalto. "Não podemos ser reféns do
governo", disse um cacique peemedebista.
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