Jequié: Município entra em total colapso administrativo

População reclama da atual situação administrativa
Parece inacreditável o que vem acontecendo com a administração pública no município de Jequié, distante 365 km de Salvador. Nunca na história administrativa da cidade, algo parecido ocorreu nos últimos 50 anos. Todos os serviços básicos do município estão praticamente paralisados. Há greves nos transportes, envolvendo os motoristas do transporte escolar, da saúde e agora os motoristas dos veículos pesados que atendem a secretaria de infraestrutura também cruzaram os braços. As unidades básicas de saúde do município diariamente registram a ausência de médicos, enfermeiros, atendentes e materiais para pequenos procedimentos ambulatoriais, a exemplo de seringas, esparadrapo e soro fisiológico. Por outro lado, milhares de medicamentos como captopril, indicado para equilíbrio da pressão arterial, foram jogados no lixo com data de validade vencida. O que não chegou às unidades de saúde foi parar no aterro sanitário da cidade. A educação enfrenta graves problemas estruturais e o ano letivo de 2015, ainda sem conclusão, convive com a ameaça real de ser perdido. Em dezembro último, o município chegou a arrecadar mais de R$ 36 milhões. Mas mesmo assim não consegue colocar em dia a finança pública da gestão. Há débitos com terceirizados, com fornecedores em todas as secretarias, professores efetivos ainda não receberam o 1/3 de férias, transportes escolar com atraso de 4 meses, veículos locados na secretaria de infraestrutura já acumulam 7 meses de atraso e como se não bastasse, a coleta de lixo, varrição e poda de árvores também ameaça paralisar os serviços, alegando atrasos nos vencimentos e descumprimentos de acordos anteriormente firmados com a categoria.
 A prefeita de Jequié, Tânia Britto(PP) tem ao seu lado o deputado federal Roberto Britto(PP), que além de aliado é também seu ex-esposo. Mas, mesmo diante da sua representatividade e influência política, parece que a solução dos problemas vividos pelo seu capital político, está muito distante de ser encontrada. Uma Ação Civil Pública, ingressada pelo Ministério Publico da Bahia, investiga a malversação do erário público e tramita no Tribunal de Justiça da Bahia. Um pedido de impeachment também está em curso na Câmara de Vereadores, além de duas CPI’s, uma da saúde e outra contra o instituto de previdência do município, o IPREJ, já foram concluídas e estão sob a apreciação da 5ª Promotoria Regional de Justiça em Jequié. Na Câmara de Vereadores de Jequié, 9 legisladores criaram um bloco de oposição ao modelo de gestão implantado pela prefeita, intitulado G9 e já ingressaram com mais de 40 denúncias no Ministério Público. O clima na cidade de Jequié é instável em todos os setores. O comércio, a indústria e os serviços reclamam da queda vertiginosa no faturamento e atribuem à gestão municipal, os péssimos resultados obtidos nos últimos anos. Para agravar o clima de tensão vivido, funcionários efetivos da prefeitura já temem a falência dos cofres públicos e o comprometimento de recebimento dos salários. Os próximos capítulos dessa história não garantem um final feliz. Só resta assistir a tudo com um analgésico a disposição.
Por Tiago Henrique / Jornalista – DRT 3830

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