Tesouras Notícias
segunda-feira, fevereiro 16, 2015
Depois de o governo passar a bancar, com o Financiamento Estudantil
(Fies), cada vez mais alunos nas instituições privadas de ensino
superior, os valores médios das mensalidades começaram a aumentar. A
partir de 2011, os preços cresceram a uma média anual de 2,9%, passando
de R$ 575 para R$ 645. Antes desse período, a curva era de queda nos
últimos dez anos. Os dados foram elaborados pela CM Consultoria com base
na Análise Setorial do Ensino Superior Privado da Hoper Educação, de
2014. Mudanças nas regras do Fies em 2010, com aumento no prazo para
quitar a dívida e a queda nos juros (de 6,5% para 3,4% ao ano),
facilitaram o acesso ao programa. A maioria dos financiamentos foi
firmada por alunos que já estavam matriculados, como mostrou outra
reportagem do Estadão. Até 2014, o custo do Fies cresceu 13 vezes -
subiu de R$ 1,1 bilhão para R$ 13,4 bilhões ao ano -, mas a média anual
de aumento de estudantes na rede privada passou de 5%, entre 2003 e
2009, para 3% a partir de 2010. De acordo com Carlos Monteiro, da CM
Consultoria, "como a maioria das instituições acabou transferindo para o
Fies aquele aluno que ela dava desconto, que era bolsista, isso gerou o
crescimento do tíquete médio por aluno quando ela passou a receber do
governo". Segundo o professor Celso Napolitano, presidente da Federação
dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), as instituições fixam
as mensalidades nos "preços de vitrine", sem descontos nem facilidades.
"Elas estão condicionando ao governo e ao aluno, no futuro, os preços
que elas querem. As empresas definem a margem de lucro que procuram e
definem os valores das mensalidades", explica Napolitano. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
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