Com execução marcada, Itamaraty não tem orçamento para trazer corpo da Indonésia


O Governo brasileiro não deve custear o transporte do corpo do ex-instrutor de voo livre Marco Archer Cardoso Moreira, condenado por tráfico de drogas em 2004 na Indonésia e com execução prevista para as 15 horas deste sábado (domingo, no horário local). Nesta sexta-feira (16), o presidente indonésio, Joko Widodo, rejeitou o pedido de clemência feito pela presidente Dilma Rousseff, última esperança de Marco Archer conseguir evitar a pena de morte. A legislação do país não prevê a troca de punição nem a possibilidade de extradição em casos envolvendo entorpecentes. "O Itamaraty não tem previsão legal-orçamentária para arcar com custos de traslado de corpo para o Brasil", informou a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, por meio de nota. Desta forma, confirmada a execução, o traslado do corpo de Marco Archer para o Brasil deverá ser custeado pela própria família. O ex-instrutor de voo livre não é casado, nem tem filhos. Seus pais já morreram. O único familiar vivo é uma tia, Maria de Lourdes Archer, que mora em Manaus e foi para a Indonésia acompanhar a execução. Apesar de não existir previsão no orçamento do Itamaraty, há outra possibilidade. Caso familiares de Marco Archer consigam uma declaração de que não possuem condições de arcar com o traslado, o governo poderia custear a despesa - de forma emergencial, a presidente Dilma pode autorizar o pagamento do transporte. Funcionários da embaixada brasileira em Jacarta, no entanto, ponderam que, pelo alto custo do transporte, normalmente os presos executados são enterrados na Indonésia. Segundo o assessor especial da Presidência da República para a área internacional, Marco Aurélio Garcia, o governo brasileiro tomou "uma série de medidas" para tentar convencer a Indonésia a não executar Marco Archer. De acordo com Garcia, de 2004 para cá foram enviadas seis cartas - duas do ex-presidente Lula e quatro de Dilma Rousseff - solicitando a clemência. A última esperança foi a conversa da presidente com Joko Wodido, que ocorreu na manhã de hoje.

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