Candidato ao governo do estado, Rui Costa é entrevistado pelas emissoras que compõe a RBR



Classificado como pai da mobilidade urbana pelo próprio governador Jaques Wagner, embora considere o título como uma generosidade do governador, o candidato do PT ao governo da Bahia, Rui Costa, foi entrevistado nesta terça-feira (02) pelas emissoras que compõe a RBR (Rede Baiana de Rádio). Rui é militante do Partido dos Trabalhadores desde sua juventude e foi pioneiro da maior grande greve do Polo Petroquímico de Camaçari em 1985. Com a coligação "Pra Bahia Mudar Mais", o candidato respondeu algumas perguntas. Confira:
Pergunta: Candidato, falando de suas propostas e campanha de governo, qual a sua pretensão caso logre êxito nas eleições vindouras? Quais suas prioridades a frente do estado da Bahia?
Rui Costa: Nossa prioridade é construir uma Bahia moderna. Quero ser o novo governador de uma nova Bahia. Uma Bahia de oportunidades que aponte para o futuro. Em que os baianos possam ter emprego, melhorar a sua renda, ter acesso à saúde em cada região. Uma de minhas propostas é regionalizar a saúde pública no estado e de uma Bahia com mais qualidade na educação, de oportunidade para os novos jovens com o ensino integral e profissionalizante. Na minha concepção, para que a Bahia cresça é necessário de grandes obras de infraestrutura. Nosso estado tem que pensa em projetos grandes que viabilize a renda e o emprego em todas as regiões.
Pergunta: O ensino em período integral é um projeto  discutido por todos os candidatos e algumas cidades em nível de Bahia, já foram implantadas a partir deste ano. Algumas escolas não são condizentes com este tipo de integração, a exemplo de Santo Antônio de Jesus, onde as instituições carecem de infraestrutura adequada. Como será desenvolvido o projeto para que todas as escolas se adeque a nova realidade já que o sistema educacional é bastante deficitário?
Resposta: O perfil demográfico da Bahia mudou bastante ao longo dos anos. Se olharmos a pirâmide etária está mais equilibrada. Enquanto no passado era de jovens,  hoje está mais dimensionado. Estamos vivendo muito mais que no passado garantindo assim o equilíbrio. Podemos sim ter escolas em tempo integral em todo o estado. De certo que não se aplica a todas as instituições mais a grande maioria já pode se adequar a partir de meu primeiro ano de governo.  Algumas medidas deverão ser tomadas para a mudança, já temos algumas escolas  trabalhando neste modelo e meu compromisso é de ter trezentas escolas no modelo integral com educação de qualidade, onde nossas crianças e jovens estarão sendo profissionalizados.  A implantação de mais escolas tirará nossos jovens das ruas e do mundo do crime.
Pergunta: Se eleito, como poderia contribuir para ajudar o país a evitar o envolvimento de crianças e adolescentes com a criminalidade?
Resposta: Com a escola em tempo integral e cursos profissionalizantes, mas também com a ampliação das atividades de esportes e cultura. Em meu governo irei montar o circuito cultural do interior para que haja de forma itinerante a circulação cultural.  Até para facilitar que a população do Recôncavo conheça os grupos culturais no Nordeste, do Oeste, e que os grupos culturais do Recôncavo se apresentem em outros estados. No território que não tiver um centro cultural iremos construí-lo. A educação é um passo importante para afastar o jovem da criminalidade.
Pergunta: No inicio das pesquisas, Rui Costa começou em 3º lugar, agora desponta para a segunda posição. Como são acompanhados os resultados das últimas pesquisas  e o que tem achado?
Rui Costa: Nas vindouras estarei em 1º lugar, mais o que vale mesmo é o dia da eleição até por que o instituto de  pesquisa da Bahia tem conseguido errar muito e está tendencioso quando se tratar de acertar a vontade da população. Em 2006, na noite anterior a eleição, a televisão  deu o resultado do Instituto de Pesquisa que o governador Wagner  não estaria nem no 2º turno, no entanto ele se elegeu logo de primeira. Eles erram grosseiramente, já que em 2010 colocou o senador Valter Pinheiro (PT) em último, e ele teve quase 2 milhões de votos a frente de seu opositor. O que vejo nas ruas são praças lotadas e o povo querendo que a Bahia siga em frente.
Pergunta: Inicialmente o senhor falou em regionalizar a saúde pública. Como o senhor pretende fazer esta mudança? Santo Antônio de Jesus já conta com o Hospital Regional que atende cerca de 40 municípios da região. A regionalização seria na construção de mais hospitais?
Resposta: Assim como Lula criou o programa Luz para Todos e Wagner o Água para Todos na Bahia, pretendo e é minha proposta de governo, implantar o Programa Saúde para todos regionalizando a saúde. Primeiro irei criar e inaugurar sete novos hospitais com a finalidade de atender regionalmente a população; segundo, irei garantir  que tratamentos e exames sejam feitos na região. Com isso irei  fazer parcerias com hospitais existentes e  contratando serviços em parceria com os municípios e  fazer com que estes  hospitais tenham mais capacidade  física e financeira para a realização de cirurgias e outros procedimentos mais complexos.
Pergunta: De onde virão os recursos para construção desses novos sete hospitais, já que a grande reclamação da população é justamente a dificuldade de recursos?
Resposta: Na questão da saúde esse argumento nem foi colocado. No passado sim, o ex-governador Paulo Souto (DEM) disse que não tinha dinheiro no orçamento e construiu apenas um hospital em todo o seu mandato. O atual governo já entregou cinco novos e tem dois em obras. O recurso virá do orçamento do Governo do Estado e do Governo Federal e se necessário tomaremos empréstimos e fazer parcerias públicas ou privadas como no fizemos no Couto Maia, que é regido pela iniciativa privada. Os hospitais em construção que é o de Seabra são financiamentos junto ao BNDES.
Pergunta: A segurança é uma das maiores preocupações da sociedade. Na região, diversas cidades pequenas onde o aparato policial é pequeno, são constantemente alvos de quadrilhas especializadas. Como pretende agir  para coibir os ataques a banco no Estado?  
Resposta: Vamos resolver isso com muito investimento e aumento da eficiência da polícia.  Esse problema de explodir caixas eletrônicos acontece em todo o país. Vemos isso constantemente nos jornais. Precisamos criar medidas para coibir as ações e pressionar os bancos para investirem em segurança. Existem tecnologias usadas mundialmente para dificultar a prática que é a marcação das notas roubadas com tintura especifica impossibilitando o uso das mesmas. A criação de pelotões especiais em todo Estado é uma alternativa  e levaremos a GRAER para o interior. Iremos ampliar e criaremos novas bases para facilitar na perseguição e apreensão destes elementos que aterrorizam nossa sociedade. O vídeo monitoramento também será implantado não só nos centros das cidades como também nas periferias. Nas cidades que já tem, iremos apenas aumentar o numero de equipamentos.
PerguntaA informatização nas delegacias do interior é uma boa proposta como medida de segurança, principalmente na agilidade de alguns procedimentos. Neste sentido como o senhor colocará como plano de governo? 
Resposta: Dentre as obras de infraestrutura na segurança pública está à informatização de todo o sistema.  Estou com a proposta de levar fibra óptica para toda região do Estado.  Poucos lugares na Bahia que tem internet de alta velocidade, isso será  bom para as universidades a exemplo das universidades federais do interior. Isso poderá ajudar na segurança como a  visualização de imagens e vídeo com maior precisão. 
Pergunta: A segurança  está sempre no limiar das discussões, tanto na questão do policiamento quanto no sucateamento de equipamentos e automóveis. O que será feito para a reestruturação das policias tanto civil quanto militar e  que será feito para resolver os problemas do departamento de Polícia Técnica da Bahia?
Resposta: No passado mais de 20 cidades não tinham viatura e os policiais usavam armamento arcaico. No governo Wagner muita coisa em melhorias foram feitas. De fato o Departamento de Polícia Técnica precisa dar uma melhorada e isso será prioridade no primeiro ano de meu governo. O DPT em todo o estado precisa de melhor infraestrutura, tanto em seu espaço físico quanto na aquisição de novos equipamentos.
Pergunta: Em sua trajetória, houve um momento em que Rui Costa foi à cabeça da famosa greve dos trabalhadores do polo petroquímico. No governo do PT, a insatisfação dos servidores levaram a duas grandes greves, que foram à greve dos professores em 2012 e a greve da policia militar. Houve criticas contra o governo do estado referindo-se a habilidade nas negociações. Qual a sua postura, caso fosse governador nestas duas épocas? E se existirem em seu governo, caso seja eleito, como irá resolver  esta situação?
Resposta: Com o governo de nossos opositores, os sindicatos e associações nunca conseguiram espaço para negociar. Suas reinvindicações eram protocoladas. Não existia uma mesa de debate para que fosse exposta a situação e assim ser resolvida. Isso é um relato dos próprios sindicalistas. É sempre importante falar como era a situação antes. Se fizermos um balanço do atual governo, a valorização do servidor é positiva. Antigamente o professor era mal remunerado assim como o policial militar. A PM na Bahia recebeu mais de 100% de aumento real, assim como as outras categorias. Ainda não é o ideal, mas estamos lutando para que novos recursos sejam destinados a remuneração de todos os servidores. Em relação a greve dos Policiais, houve um erro nas negociações. Eu participei das negociações  quando era secretário e para que erros não ocorram é trabalhar com muito cuidado e que acordos sejam feitos antes da greve deflagrada.
Pergunta: A cidade de Santo Antônio de Jesus é conhecida pelo seu comércio pujante e seu empreendedorismo. Diante desta informação quais ações serão realizadas para fortalecer e criar novos os polos indústrias se for eleito?
Resposta: Minha proposta é consolidar e fortalecer os polos regionais em desenvolvimento, a exemplo de Santo Antônio de Jesus, porque em minha opinião, esses polos podem beneficiar todas as cidades da região. É como uma vasilha de leite transbordando, emana para todo o entorno. Para que essas cidades cresçam e com isso possa gerar mais empregos e oportunidades,  é preciso ter mais investimentos em logística. Infelizmente meu adversário está tratando como brincadeira um projeto tão importante para Santo Antônio de Jesus que é o projeto da Ponte Salvador- Ilha de Itaparica. O projeto que serve como chacota para nossos opositores,  está em seu processo de conclusão e será o maior investimento que a Bahia já teve. Até o final do ano, todos os projetos poderão sair do papel e assegurará o desenvolvimento sustentável de todo o Recôncavo. A ponte é prioridade para a nossa campanha. Não faremos somente aquilo que estiver em nosso orçamento, iremos buscar parcerias, tanto com a União quanto a iniciativa privada para trazer obras para o estado.
Pergunta: A região metropolitana de Feira de Santana foi aprovada na Assembleia Legislativa e sancionada no executivo, no entanto ela  não funciona na prática. O exemplo do SAMU que não funciona em toda a região e a policia que seria unificada.    Caso eleito, como pretende colocar em prática a Região Metropolitana de Feira de Santana?
Resposta: A criação da região metropolitana de Feira de Santana foi uma decisão acertada no governo Wagner. E é o primeiro passo para integrarmos todas as cidades da região de Feira de Santana, e isso será feito. Com a Região Metropolitana habilitamos não só a cidade de feira como os municípios que fazem parte do cento a receber recursos federais destinados  a municípios que fazem parte do aglomerado. A própria região metropolitana de Salvador não funciona plenamente, mas iremos acelerar  a implantação a partir de janeiro. 
Pergunta: Dura uma preocupação muito grande em relação à Ponte. Existem garantias para a conclusão da obra mesmo que o senhor não vença as eleições?
Resposta: A licitação para a obra sai agora em outubro. Muitos projetos estão em andamento  e gostaria de deixar claro que eu sigo a risca e estar sempre com a verdade. O Estado sozinho não tem recurso para fazer esse projeto, mas nós iremos buscar alternativas para que tudo saia do papel. Foi com parcerias com o governo federal que o metrô Salvador foi concluído e está funcionando. Era um projeto do pleito anterior que já estava engavetado. Se ficarmos com os braços cruzados não faremos nada. Assumo o compromisso de ir buscar  apoio do Governo Federal e da iniciativa privada para por em prática todos os projetos assumidos em minha campanha.  Não falo só da ponte, existem projetos de abastecimento de água pra uma grande região do estado a exemplo do baixo-sul que é bastante precário assim como infraestrutura urbana e saneamento sanitário. Iremos trabalhar duro para a realização de todos os projetos.
Pergunta:  infraestrutura também é uma questão muito debatida, principalmente se o alvo for à relação às estradas. A reclamação é constante devido à falta de manutenção. Como garantir que as estradas da Bahia estejam em boa condição de trafegabilidade?
Resposta: Quero deixar registrado que as estradas estavam muito pires antes. O governo do PT  tem trabalhado nas recuperações das estradas. Nós criaremos um fundo estadual para manutenção das estradas. Principalmente para manter aquilo que foi recuperado e fazer muito mais trabalhos de revitalização. Iremos  aumentar a fiscalização no uso das estradas para evitar veículos acima do peso em estradas não preparadas. Temos vias  que não suportam tanta carga e muitas vezes são usadas para que o motorista ganhe tempo deteriorando a vida útil da pavimentação.
Pergunta: Os conflitos entre fazendeiros e indígenas em relação às terras, principalmente no sul do estado tem sido constantemente noticiados. A região vive em grande conflito, sabemos que a atuação do governo é essencial para equilibrar as tensões dos dois lados. Caso eleito, como pretende lidar com os conflitos entre indígenas e fazendeiros por causa de terras? E quais seus planos para acabar com essa disputa?
Resposta: A demarcação de terras indígenas não é decidida pelo Governo do Estado, mas pelo governo Federal e no limite, a Justiça Federal.  Acredito que a morosidade na decisão tem levado a esses conflitos.  No entanto é preciso que primeiro haja a demarcação, um estudo muito aprofundado seja feito. Se o estudo for feito  e for provado tecnicamente onde estão os limites de cada um, a situação é resolvida rapidamente. Se existir de fato a invasão de terras, ela deverá ser dada a seu dono legitimo que pode ser fazendeiro ou indígena. Como governador, minha posição é pedir solução rápida para o conflito. É preciso que a FUNAI participe das negociações.
  1. Redação: Voz da Bahia - Anacley Souza

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