Ipiaú: Debate sobre retorno da Festa de São Roque à praça Rui Barbosa reúne vários setores da sociedade local

Um debate que reuniu no estúdio da rádio Educadora, durante o programa Fala Ipiaú um representante do comércio local ( Igor Oliveira, neto de Alipio Oliveira ) o jornalista José Américo Castro, o comunicador João Araújo e o músico Caco Andrade, a vereadora Margarete Chaves e a secretaria da ACENE ( Associação Cultural Euclides Neto ), Erlândia Souza, comentou acerca da reivindicação de boa parte da população ipiauense pelo retorno da Festa de São Roque ao seu local de origem, a praça Rui Barbosa, onde aconteceu por 81 anos, até 2010, quando foi transferida para a praça Salvador da Matta.

Para Igor Oliveira, o fim da festa na praça original gerou perda para o comércio local: " Com o abalo na mineradora, o comércio de Ipiaú deu uma caída.  A festa no seu lado dito profano traz uma ajuda muito grande para o comércio. Hoje minha família tem tres lojas na cidade. Representando a voz dos comerciantes posso afirmar que quando a festa era feita na praça Rui Barbosa se ajudava muito o comércio. Todos tinham vontade de fazer compras para se arrumar e ir para a festa. Hoje o movimento de compras termina em junho mas antes prosseguia até agosto".

A vereadora Margarete Chaves por sua vez, lembrou de momentos saudosos dos tempos áureos da festa do padroeiro de Ipiaú : " Quem é novo não conheceu as grandes festas de São Roque com filarmônicas e outras atrações apoiadas pelos prefeitos da época e pelos próprios moradores que faziam questão de mostrar que Ipiaú era um município de destaque. Lembro do túnel da alegria, na rua Mariquinha Borges e das barracas ornamentadas por Ismênia. A população de Ipiaú tinha um espírito muito mais evoluído. Episódios de brigas ocorrem até mesmo em festas fechadas. A festa movimentava muito o comércio e o parque era que incomodava porque ficava na praça. Quanto a isso,  se pode colocar esse parque na rua Atahyde Ribeiro, sem interferir em nada. Também lembro que a missa festiva no último dia da festa era muito mais frequentada. Até as crianças já não tem mais vontade de vir para a praça. Nossas raízes não podem se perder ao longo do tempo", ressaltou ela.
 O comunicador João Araújo, apresentador do Festival Novos Talentos chegou a anunciar durante o debate que o Show de Calouros da Festa de São Roque, ponto alto do festejo, pode acabar este ano por falta de patrocínio : " Já ouvi alguns fiéis dizendo que São Roque estaria zangado comigo porque aceitar mudar a festa de lugar. A festa na Rui Barbosa tinha outro brilhantismo. Este tempo todo o parque de diversões tem registrado prejuízo. Ano passado contei com o apoio da prefeitura mas a festa perdeu a sua beleza. O show de calouros está prestes a acabar. Este ano o pessoal do parque já disse que não tem condições de bancar o festival ", disse.

João  imagina que a festa poderia voltar para a praça Rui Barbosa reconfigurada e pediu o retorno da comissão organizadora original, que foi substituida por um conselho paroquial. " Algumas dessas pessoas não tem interesse em manter a  festa profana. Cheguei a ouvir do padre que " graças a Deus este ano a praça vai estar vazia" comentou ele, lamentando.

Ele lembrou ainda do patrono do Show de Calouros, o saudoso rei do baião Luis Gonzaga que nos idos dos anos 70 realizou um belo show no centro da cidade e, com isso, marcou o início do festival, em1972.  Ainda conforme João, até a venda de cartelas do bingo tem caído desde que a festa foi transferida para a praça Salvador da Matta.

Já a secretária da ACENE, Associação Cultural Euclides Neto, Erlândia Souza, manifestou interesse da associação em participar do movimento pelo retorno da festa ao seu local de origem : " Acho que esta luta também deve ser encampada pelos artistas, inclusive seria muito bom fazer uma edição do projeto Machombongo na festa de São Roque em seu local original". disse ela.
 Os participantes do debate formaram uma comissão que deverá levar adiante a proposta de se reconduzir o evento festivo para o seu local original.  A idéia é se lançar mão de um abaixo assinado e uma audiência pública envolvendo a comunidade local, além de uma pesquisa de opinião a respeito do tema.

Fonte: Ipiaú Online

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