Continuação


Na década de 80, um grande contingente da força jovem se viu obrigado a sair do seio de sua família para tentar uma melhor sorte em terras “estrangeiras”. Essa grande “diáspora” foi responsável, em parte, por tornar nossa cidade órfã de talentos que poderiam dar sua parcela de contribuição em busca de uma Teolândia diferente, acolhedora e detentora de oportunidades.

Nos últimos 8 anos vimos a história se repetir. Quantos de nós presenciamos um membro da família, um conhecido, um amigo, um amigo do amigo se despedindo e indo buscar oportunidade longe, onde deveriam achar por aqui? Acontece que a nossa cidade se tornou egoísta e este egoísmo é capitaneado por nossas escolhas na hora de darmos o nosso voto e da nossa omissão enquanto cidadãos.

Nunca na história do município recebemos tantos recursos como nos últimos 8 anos. Foi muito dinheiro. Mas será que esses recursos foram aplicados com zelo e cuidado? Hoje a cidade nos dá a impressão que está crescendo, pois o comércio melhorou e a urbanização (embora precária) chegou para algumas ruas e bairros do município. Por falar em urbanização, o Bairro Cara Nova foi planejado como deveria ser? Existiu um Plano Diretor discutido entre os cidadãos? Será que é aquela a concepção de bairro “planejado” que gostaríamos para nossa cidade?

E nossa educação melhorou? Nossos professores estão tendo o devido valor e estão sendo incentivados a se capacitarem como deveriam? O nosso ambiente escolar melhorou? Ou ainda existem escolas insalubres, como presenciamos na sede e na zona rural? A nossa praça é aquela que sonhamos? Ou é aquela que merecemos?

Muito pouco foi feito e ainda há muito por fazer, a começar por uma mudança de atitude por parte da nossa população, que precisa mais do que nunca ampliar o senso crítico, quebrar o paradigma do atraso, do descaso com o dinheiro público, do Eu em detrimento do Coletivo. Precisamos entender o limite entre o público e o privado, nossos direitos e deveres como cidadãos e a importância que cada um de nós possui na sociedade e como sujeitos da nossa própria história.

De junho de 2004 até julho de 2012, nosso município captou só em convênios com o Governo Federal cerca de R$8.887.332,50, sem dúvida uma vitória, muito dinheiro para pouco efeito, visto a qualidade duvidosa da sua aplicação. Teolândia caminha mais pela força do seu povo do que pelas mãos dos nossos representantes públicos.

Nossos agricultores ainda praticam uma agricultura de subsistência rudimentar, apesar de possuirmos no município um escritório da Ceplac e uma Secretaria de Agricultura que nos dá a impressão de priorizar mais o seu papel político do que social. Enquanto nossos vizinhos avançam, ficamos a comer poeira, presos nas estradas da falta de incentivo e perdidos na escuridão à procura de um pouco de Luz Para Todos.

As eleições estão chegando e esta é uma oportunidade ímpar de reparar nossos erros ou ratificar nossos acertos. O voto é a principal arma do cidadão para combater ou perpetuar um sistema. Enfim, essa é mais uma oportunidade de escrevermos mais um capítulo da nossa história.

Do blog Arautos de Teolândia

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