HORÁRIO DE VERÃO: A BAHIA NÃO QUER E NÃO PRECISA

Por Luis Bassuma


Em 2002, a Bahia ainda participava do horário de verão, mas era o único estado do Nordeste, porque estudos técnicos realizados pelo Ministério das Minas Energia mostravam que a economia de energia nestes estados era pífia quando comparada com os estados do sul do Brasil. Durante a campanha para deputado federal, consegui coletar 60 mil assinaturas de cidadãos baianos pedindo para excluir a Bahia. Eleito, a primeira ação do mandato, em fevereiro de 2003,  foi entregar pessoalmente à então ministra das minas e energia, Dilma Roussef a pilha com 60 mil abaixo-assinados, acompanhados com uma cópia de pesquisas de opinião confiáveis e isentas feitas à época e que mostravam que 80% da população de Salvador era contra o famigerado horário de verão.

Felizmente, depois de alguma pressão, o Ministério decide pela retirada da Bahia, pois o então governador Paulo Souto não se opôs, mesmo podendo fazê-lo. Agora, oito anos depois, de maneira autoritária, sem nenhum argumento convincente, pois neste período nada mudou,  o governador Wagner decide abruptamente recolocar a Bahia, sem ouvir os maiores interessados e prejudicados com a medida, o povo. Com quase seis anos de governo, poderia pelo menos ter se empenhado em resgatar uma das maiores violências praticadas contra a história da Bahia, a mudança do nome do aeroporto  2 de Julho.

Em Salvador, capital do estado, mais de 3 milhões de pessoas vivem numa cidade com graves e crônicos  problemas de segurança pública. Com esta medida, mais de um milhão de trabalhadores e estudantes, precisarão sair de casa muito cedo, às escuras, com impacto negativo em seus relógios biológicos. Pior ainda  é assistir a omissão dos vereadores e deputados estaduais, a grande maioria governista, talvez muito ocupados com seus próprios interesses ou  talvez com medo de desagradar o seu chefe político. Lamentavelmente o governo do PT que gasta milhões e milhões de reais com propaganda enganosa, que implanta pedágios nas estradas mais importantes sem a devida contra-partida, que adora lançar projetos megalômanos como a ponte de Itaparica a um custo de 7 bilhões, que maltrata a população  com uma péssima saúde pública, agora, para atender interesses empresariais de uma minoria, resolve punir a maioria da população com esta decisão arbitrária e inconsequente, indigna de alguém que um dia recebeu o voto, e portanto a confiança  de milhões de cidadãos que esperavam que governasse, senão para todos, pelo menos para a maioria. Mas felizmente, ainda temos veículos de comunicação que cumprem bem seu papel de informar e ajudar na formação  da opinião das pessoas que pagam seus impostos e por isso esperam dos governos, responsabilidade, transparência e senso de justiça.

Fonte: Bahia Notícias

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