COMENTÁRIO: DILMA ENTREGA OS ANÉIS E OS DEDOS

Pouco a pouco, a presidente Dilma se deixa dobrar pela força dos interesses dos integrantes da sua base aliada, cujos deputados e senadores aprenderam rapidamente que basta bater o pé e fazer cara feia para a presidente recuar. Isso tem acontecido com certa freqüência, indo definitivamente para o brejo os primeiros movimentos no Palácio do Planalto de Dilma, que parecia acenar (e o fez mesmo) com uma gestão de rigor nos gastos, e cortes nas despesas naquela velha base collorida do “doa a quem doer.” Os parlamentares mantêm a presidente da Republica sob pressão constante e, com ameaças veladas, algumas explícitas, mudam o cenário a favor deles. O discurso do rigor fiscal foi para o brejo. Era necessário para combater a inflação, mas como as ameaças recrudesceram, ao diabo com o rigor e o melhor, segundo o governo, era mesmo frouxar a corda. O Planalto tinha decidido que as emendas parlamentares, que estavam entre os chamados restos a pagar de 2009 caducariam hoje, três anos depois. Deputados e senadores espernearam e pediram o elastecimento do prazo por mais 90 dias. A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, foi a Dilma e usou a tática do “choque de gestão em desvio” e disse-lhe que a situação era “seríssima” na base de apoio. Pronto, foi o bastante. Diante das ameaças de votar contra matérias polêmicas, como a emenda 29, que aumenta os recursos para a saúde e a PEC-300, que estabelece um piso salarial nacional para policiais e bombeiros, a presidente resolveu não arriscar. Entregou os dedos e os anéis aos seus parlamentares que, agora, sabem, perfeitamente, qual é o caminho do brejo (para Dilma) e o caminho celeste, para eles.
Fonte: Bahia Notícias

Postar um comentário

0 Comentários