'Vou deixar com a justiça divina', diz viúvo de idosa baleada no Alemão

Policiais realizam incursão no Complexo do Alemão um dia após morte de idosa - Fabio Motta/Estadão
Parentes da aposentada Arlinda Bezerra das Chagas, de 72 anos, morta ao ser atingida por dois tiros, por volta das 18h de domingo, 27, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, pretendem deixar a cidade por causa da violência. Segundo Francisco Faustino das Chaggas, de 86 anos, viúvo de dona Dalva, como Arlinda era conhecida, a família pretende retornar para o Rio Grande do Norte, de onde ele e a esposa saíram há 52 anos para tentar uma vida melhor no Rio. Desde então, o casal (que tem um filho e duas netas), mora no Alemão.
Na manhã desta segunda-feira, 28, três carros foram incendiados na Avenida Itaoca, na calçada da Coordenadoria de Polícia Pacificadora. O órgão, que fica perto do complexo do Alemão, coordena as 37 UPPs já implantadas no Estado. O ataque seria uma represália à morte de dona Dalva.
"A gente estava comemorando os 72 anos dela, completados na quarta-feira, Dia de São Jorge. Quando a festa terminou, ela saiu de casa para deixar o sobrinho-neto Natan, de 10 anos, na casa da irmã. Foi quando escutamos muitos tiros. Ele só teve tempo de gritar para o menino correr de volta para casa", contou Francisco. "Agora estou sem rumo. Se fosse tomar alguma providência, viraria bandido. Vou deixar com a justiça divina."
Estadão.com.br

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