Não foi greve, mas um motim

Não foi greve, mas um motim

Em seu blog na UOL, o competente analista Josias de Souza, um dos melhores do País, aborda a greve da Polícia Militar baiana por ângulos jurídico e político, numa veemente constatação do que se observa na Bahia. Não é de agora. Mas de uma greve realizada em 2001, outra em 2012 e agora mais este motim que aterroriza a população. Diz ele: “A Constituição Federal veda expressamente a greve de policiais militares. E não poderia ser diferente, pois a hierarquia e a disciplina são as bases que sustentam as organizações militares. Quando ocorrem fissuras nesses pilares, o que se vê é a desordem, o caos. Portanto, o que sucede na Bahia é uma afronta à lei e à ordem, praticada por uma tropa amotinada à margem da Constituição. Marco Prisco, o líder preso, é vereador pelo PSDB de Aécio Neves. Substituiu-o no papel de piromaníaco de tropa o Capitão Tadeu, deputado estadual pelo PSB de Eduardo Campos. A PM baiana promovera fuzarca semelhante em 2012. A tropa reincide no descalabro porque foi premiada com uma lei de anistia aprovada em votação simbólica no Congresso e sancionada por Dilma Rousseff, do PT, em 2 de agosto de 2013. Quer dizer: por omissão ou por ação os partidos dos três principais candidatos à Presidência da República são cúmplices do caos baiano. O motim de 2012 durou 12 dias. Nesse período, foram assassinadas 130 pessoas no Estado. A encrenca atual se arrasta há quatro dias. Só em Salvador, desceram à cova, por ora, 52 homicídios cadáveres. Num país em que os partidos políticos entregam a legenda a qualquer um, a presidente da República anistia maluco e governador rasga a Constituição para negociar com policiais à margem da lei, a prisão do tucano Prisco é um sopro na direção da restauração do Estado. Não há reivindicação, por mais justa que seja, que justifique a subversão da ordem democrática. Lugar de PM amotinado é mesmo na cadeia. Resta verificar se o xadrez não vai virar mais uma capitulação.” Bahia Notícias

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